Tenho projetos grandiosos que habitam um lugar muito especial da minha mente. Eles vivem ali alguns há anos, outros há meses, mas ficam lá, por vezes quietinhos e encolhidos, por vezes esmagam meu peito e me tiram o ar.
Quando tento tirar do papel me vem mais perguntas do que respostas, a maioria são questionamentos que me faço a respeito da minha capacidade: “sou capaz?”, “vou dar conta?”, “de onde tiro dinheiro pra isso?”, “de onde tiro energia para aquilo?”. E eles emperram, num amontoado de “e se’s” vejo essas ideias ficarem cada dia mais enferrujadas e algumas desaparecem sem ao menos terem sido testadas.
Grande parte desse temor vem do medo de errar, da necessidade absurda de ser perfeita, de me comparar com grandes corporações, grandes orçamentos. E dentro do meu mundinho, faz todo sentido guardar essas ideias grandiosas para dias grandiosos, assim elas ficam ali, intactas e protegidas das críticas e dos erros.
Você também se sente assim? Guardando eternamente suas melhores ideias para um momento que parece que nunca chega? Para uma coragem que parece que nunca vem?
Confesso que demorei um tempo para identificar essa autossabotagem. Na verdade, esse comportamento só ficou claro quando, observando amigos e clientes fazerem o mesmo, pude perceber o erro que era proteger essas ideias em um lugar tão imaculado, quanto soterrado. Foi ouvindo de pessoas grandiosas que suas ideias não estavam maduras suficientes ou de que ainda não estava perfeito o bastante que tomei coragem para escrever este texto.
Façamos um trato: colocarei minhas ideias no mundo, do jeito que elas estão, com o dinheiro que tenho. Terei coragem para expor minhas fragilidades, para aceitar que as coisas fogem também do planejamento, para entender que as criticas virão e eu devo estar de peito e mente abertos para elas. Escreverei um texto, e depois montarei um plano e então passo a passo, pelo menos uma das minhas ideias mirabolantes verá a luz do dia.
Sua parte do nosso acordo é dar um voto de coragem: aceitar que não precisa ser perfeito, tirar sua ideia do papel, um passinho de cada vez. É executar com o que você tem, do jeito que tá.
Seu sonho é começar sua marca? Comece com o que tem, poucos produtos, com a identidade visual que você fez, com o site que você montou. COMEÇA! O que não pode é ficar parado esperando o dia que o editorial da Vogue vai cair no seu colo enquanto você produz looks dignos de alta costura.
A gente só é capaz de melhorar o que estamos constantemente fazendo, errando, aprendendo, corrigindo. Essa é a graça da experiência. Essa é a graça da vida.
Prometo que em breve apareço com o meu plano fora do papel, e espero ouvir novidades suas também!
Com carinho,
Letícia Loureiro