Falar de marketing sem citar Kotler é um desafio tremendo! Para um dos grandes nomes do marketing, marketing de conteúdo é uma abordagem que envolve criar, selecionar, distribuir e ampliar conteúdo que seja interessante, relevante e útil para um público claramente definido com o objetivo de gerar conversas sobre esse conteúdo. Mas a grande questão é: O que de fato é um conteúdo relevante na era dos 15 segundos?
Quando feeds de amigos se confundem com a comunicação cada vez mais informal de grandes marcas, é preciso ter muito claro dentro do planejamento da sua marca qual o objetivo do seu negócio com as mídias sociais e seguir uma estratégia alinhada com os seus valores e propósito. Graças ao poder de viralização das redes (e o igualmente bombástico poder de cancelamento), é importante permanecer atento a quais tendências são condizentes com a marca e quais não vale a pena investir.
Para Kotler ainda, o conteúdo se tornou a nova propaganda e as #hashtags usadas na distribuição de conteúdo pela mídia social igualaram o papel dos slogans tradicionais. O poder das mídias deixa de ser unilateral e se torna uma via de mão dupla: não mais apenas as marcas influenciam as pessoas, mas as pessoas passam a influenciar diretamente as marcas e a maneira como se comunicam.
Um exemplo é como o TikTok impactou diretamente na escolha dos influenciadores, que antes eram focados no Instagram e em conteúdos altamente produzidos, com imagens de moda dignas de revistas internacionais. Hoje, a procura cresce a cada dia por perfis de pessoas que fazem sucesso na rede por meio de vídeos divertidos. A música também é outro termômetro dessa grande mudança de comportamento de consumo, sendo o TikTok o principal impulsionador de novos nomes do meio musical, que nem sempre teriam chances com grandes gravadoras.
O que podemos destacar principalmente de saldo desses últimos dois anos atípicos é uma onda de naturalidade tomando conta da estética e comunicação das novas gerações, que fogem da mídia tradicional e da perfeição dos comerciais de margarina da tv. A busca pelo natural é claro, esbarra em contradições com marcas tentando aproximações por vezes superficiais e artificiais demais com o público, mas os negócios que souberem expor suas vulnerabilidades e entender o olhar da nova geração têm tudo para crescer de maneira orgânica e potencial nessas plataformas.