Toda empreendedora quer crescer, ninguém abre um negócio pensando “ok, vou ficar pequenininho, não quero vender muito, só o suficiente pra sobreviver”. Mas crescer, como tudo na vida, tem suas delícias e suas dores.
As delícias você já conhece: independência financeira, reconhecimento do seu trabalho, dinheirinho no bolso e uma sensação deliciosa de dever cumprido. Mas e as dores? Será que elas já estão chegando por aí?
Eu brinco que quem empreende porque cansou do clt não sabe onde está se enfiando. É claro que você faz o seu próprio horário, mas quando a demanda cresce e o fluxo de trabalho aumenta, o “fazer seu próprio horário” significa trabalhar muito mais do que as 8 horas diárias de um lugar em que você “bate cartão”. É cansativo, não tem final de semana, a cabeça fica funcionando 24 horas por dia, 7 dias por semana porque o negócio é seu e você tem que resolver tudo.
Eu me lembro a primeira vez que a lista de clientes aumentou pra valer e eu não estava preparada emocionalmente e como empresa para esse pico de demanda, eu trabalhava de maneira não saudável: durante o dia respondia whatsapp e e-mails, durante a madrugada fazia os criativos. Menos de 3 meses depois entrei em um processo de exaustão que fez tudo perder a graça e minha criatividade foi drenada. Esquecia coisas simples, processos rápidos foram ficando cada vez mais lentos e desafiadores, fiquei estressada com tudo e todos. OPA, OPA, OPA, sinal vermelho aqui!
Depois de um pequeno surto, de me tornar uma pessoa exausta, irritada e insuportável resolvi dar um basta nesse caos. Reuni tudo que estava fazendo, entendi o que realmente fazia sentido seguir, o que estava me dando mais dor de cabeça que retorno, reorganizei os clientes, coloquei limites dentro do meu fluxo de trabalho, comprei um celular exclusivo para trabalho e entendi que eu precisava DEMANDAR uma parte do que estava fazendo.
PÂNICO, TREMEDEIRA, SUOR, esse é o sentimento toda vez que você pensa em demandar algo que você faz todos os dias para uma outra pessoa? Pois é, por aqui foi um processo árduo, fiz inúmeras entrevistas, desisti, tentei mais uma vez e hoje conto com uma divisão muito mais saudável de atividades com a minha equipe e sigo buscando parceiros terceirizados que vão poder tornar a minha prestação de serviços cada vez melhor para o meu cliente.
Aqui não pode ser um jogo de ego, se uma outra profissional pode ser uma designer melhor do que eu, fazer mais rápido do que eu e deixar o meu cliente mais feliz, acredite, ponto pra nós duas. Também é sobre entender que você não mora dentro da cabecinha do outro, briefings são importantes, mas cada ser humano tem uma interpretação diferente da vida e não dá pra outra pessoa fazer exatamente o que mora na sua mente. DESAPEGA!
Se você se identificou 100% com esse texto eu tenho uma notícia pra você: está na hora de demandar. Mas é importante demandar de coração aberto, estar disposto a entender que você não pode dar conta de tudo, estar em todos os lugares e ser braços, pernas, mente e coração para o seu negócio. Pode ser um profissional interno, pode ser um terceirizado como o serviço que a gente presta por aqui, mas entenda o que você mais tem dificuldade e menos vontade de lidar nesse momento no seu negócio e DEMANDA.
Por fim, entenda que é um processo, não vai ser fácil, acredite, eu já precisei dispensar um cliente que simplesmente não conseguia flexibilizar o controle sobre toda, e qualquer produção que a gente ia colocar no ar. É muito mais sobre manter uma comunicação muito clara do que você precisa, ter uma cultura organizacional forte e organizar seu negócio com o tamanho que você sonha para ele do que fazer as coisas 100% do seu jeito. Afinal, algumas vezes “gastar” dinheiro com uma pessoa para te ajudar pode ser um jeito de sair desse seu ciclo de tarefas inacabadas e ter mais tempo pra ganhar mais dinheiro!